SOBRE MIM
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
HOMENAGEM A CLERISVALDO Clerisvaldo B. Chagas, 24 de abril de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.036 Fiquei dever...
HOMENAGEM A CLERISVALDO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de
abril de 2024
Escritor Símbolo do Sertão
Alagoano
Crônica: 3.036
Fiquei devera feliz com a homenagem recebida pela prefeitura local
através da Escola Durvalina Pontes. Uma turma de nono ano, atenta e estudiosa,
era a plateia preparada para homenagem ao escritor Clerisvaldo B. Chagas.
Apresentação do autor, observações diversas e curtas, perguntas e respostas e
um resumo relevante de passagens do autor pela história santanense. Alguns
alunos também apresentaram seus dotes poéticos e foram apontados aqueles que
nutrem vontade de se tornarem escritor no futuro. As homenagens aos escritores
estavam distribuídas pelas diversas escolas municipais neste dia que antecede a
Emancipação Política do município. Além de um diálogo franco e sereno, trouxe
para casa um troféu relativo à cidade, uma camiseta estampada com várias obras da
minha autoria, uma chuva de aplausos que bem tocou meu coração e o
reconhecimento literário do autor.
No momento estamos fazendo essa crônica de agradecimento, mas esse
trabalho diário irá escasseando diariamente uma vez que agora que lançamos o
livro O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA,
voltamos nossas atenções para deixar no ponto de publicações os quatro romances
ainda inéditos: DEUSES DE MANDACARU, FAZENDA LAJEADO, PAPO-AMARELO (rifle) e O
OURO DAS ABELHAS, todos do ciclo do cangaço, assim como os dois já publicados
RIBEIRA DO PANEMA E DEFUNTO PERFUMADO. Quem não adquiriu O BOI, A BOTA E A
BATINA, não adquire mais. Foram todos vendidos. Estão esgotados. Também não se
cogita uma 20 edição. Vamos para mais um ditado popular sertanejo: “Quem viu
vovó, viu; que não viu não mais verá!”.
Também estamos trabalhando com o documentário: O FANTÁSTICO MUNDO RURAL
SANTANENSE, trabalho inédito no Brasil e tão profundo e de alto nível quanto o
BOI e a BOTA. Daí a falta de tempo para se dedicar totalmente a crônicas
diárias. Entretanto, o reconhecimento aos nossos trabalhos, nos dá forças para
continuarmos a produzir o conhecimento e o belo para deleite das almas
brasileiras.
Agradecemos profundamente aos que nos ajudaram a publicar a História de
Santana, aos que esgotaram o nosso estoque e aos que nos homenagearam. Abraços
e beijos!
ESTAMPA EM CAMISETA DE HOMENAGEM (FOTO: B. CHAGAS).
O PEIXÃO Clerisvaldo B. Chagas, 15 de abril de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.034 Não, não é uma mulher b...
O
PEIXÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de abril de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.034
Não, não é uma mulher boa. Trata-se de um
peixão verdadeiro capturado por pescadores santanenses. Isso Aconteceu no
riacho periódico, afluente do rio Ipanema, João Gomes. Desconhecido fora do território da “Rainha do
Sertão”, o riacho João Gomes, ganhou recentemente uma barragem, no trecho alto
João Gomes, cujas pessoas denominarem a
barragem ou açude de REPRESA, talvez porque o nome repercute com mais ênfase
nos ouvidos alagoanos. Não se podem negar os benefícios da Represa para o meio
ambiente, para a agropecuária local, para os gastos domésticos e também para os
pescadores da área que estão se juntando para uma associação.
Além disso, o benefício da ponte é inconteste
tanto para zona rural quanto para a sede do município, inclusive, para a cidade
de Senador Rui Palmeira, que também tem trânsito de atalho por ali na grande
região rural de Olho d’Água do Amaro.
Voltando, porém ao peixão, os pescadores
capturaram, fotografaram e publicaram a foto de um Pirarucu da Represa do
riacho João Gomes. A espécie originária do rio Amazonas pesou 50 quilos,
segundo os pescadores e tinha em torno de dois metros de comprimento. Foi
manchete nos sites de Santana e em outros do estado. O Pirarucu é o maior peixe
de água doce do Brasil, mas que terá colocado um simples filhote em águas
nordestinas tão longínquas do seu habitat? Não sabemos. Mas a prova de que
tendo os cuidados técnicos guiados pelos especialistas, podem resultar num
povoamento profícuo para qualquer espécie aquática que se queira produzir nas
águas sertanejas da Represa santanense.
Para se chegar a Represa, sando da cidade de
Santana do Ipanema, o caminho é pelo Bairro Domingos Acácio, Bairro antigo
Floresta cruzando toda a extensão da Rua Joel Marque e entrando para a direita
no final da rua. Segue pelas fraldas da serra Aguda até encontrar o que
procura. Assim foi lembrado na história o riacho da infância do saudoso
escritor Oscar Silva, que dizia que “o riacho estava esquecido de todos os
geógrafos do Brasil”.
Os banhistas que se cuidem para não baterem
de frente com o pai do Pirarucu nas águas da Represa.
MERCÚRIO OU MINERVA? Clerisvaldo B. Chagas, 10 de abril de 2024 Escritor símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.033 No tempo em...
MERCÚRIO
OU MINERVA?
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de abril de 2024
Escritor
símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.033
No tempo em que tudo de luxo e cultura vinha
da França, para Santana do Ipanema, por aqui chegou uma escultura com destino
ao frontispício da residência do Coronel Manoel Rodrigues da Rocha. Lendo os
escritores antigos, um deles (não dá mais lembrar quem com exatidão) tudo
indica que foi Tadeu Rocha, filho do coronel acima, amante da geografia e
emérito pesquisador, falava da citada escultura vinda da França, que era a
estátua do deus Mercúrio. A esse deus mitológico também era atribuída à
proteção ao comércio. Inúmeras vezes falamos aqui dessa escultura que ainda
hoje permanece no mesmo lugar de quando veio da França no tempo de Santana
vila.
Residência/comércio passando de donos, a
estátua ornou a biblioteca Pública de Santana e Loja de tecidos de Benedito V.
Nepomuceno. Continua ali como uma das maiores relíquias de Santana do Ipanema
com grande possibilidade de levar sumiço como tantas outras ao longo da nossa
história. Mas agora, jovens pesquisadores da terra descobriram, segundo eles,
que na verdade, a estátua não é do deus Mercúrio e sim da deusa Minerva. Sai o
macho e entra a fêmea. E agora Zé? Se for verdade, como justificar os escritos
de quem viveu de perto o movimento histórico e cultural da época? Em que
momento da história houve o escorrego que “perpetuou” o deus Mercúrio até o
nossos dias?
A musa Minerva tão evocada pelos poetas
cordelistas, devido a esses movimentos atuais de valorização da mulher, talvez
tenha feito descobrir-se a feminilidade da estátua francesa. pelo menos
esculpida e vendida na França. Mas como tudo sério tem o toque de humor do
brasileiro, a estátua do jumento de Santana do Ipanema que não veio da França e
sim de Pão de Açúcar está com as orelhas de molho. A qualquer momento surge um
pesquisador moderno para examinar de perto se a estátua é de fato a de um
jumento inteiro, capado ou de uma jumenta empoderada.
É Camonge
morrendo, Camonge aprendendo, diz o povo do Sertão.
JUMENTO OU JUMENTA NO RIO IPANEMA SECO (FOTO
B. CHAGAS);
O SALÃO DO POVO – HISTÓRIA PURA Clerisvaldo B. Chagas, 5 de abril de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.031 E...
O
SALÃO DO POVO – HISTÓRIA PURA
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de abril de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.031
Estava ali o casarão de esquina com a Igreja
Matriz de Senhora Santana (motivo da capa do livro O BOI, A BOTA E A BATINA;
HSTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA). Pertencera o casarão, ao coletor
federal, maestro da primeira banda de música da vila de Santana e fundador do
primeiro teatro, Manoel Queirós, simplesmente “Seu Queirós”. Mas na minha infância, estava sendo habitado
por uma das suas filhas, Antéa. Dona Antéa, florista, zeladora da igreja,
solteira, intelectual, branca e alta, cedeu parte do seu quintal ajardinado
repleto de jasmins, à Paróquia, para que o padre Luís Cirilo Silva, construísse
o Salão Paroquial. Também deixou que
mais tarde, o seu casarão se transformasse em Museu pela prefeitura do
município, onde ela própria tomava conta, com muito amor, educação e
competência.
Foi um grande feito para a época de
dificuldades, a construção do citado edifício. O Salão Paroquial, imponente,
bem feito, fazia jus às grandes construções da vizinhança da Igreja Matriz.
Além de aliviar os serviços eclesiásticos cotidianos, o Salão muito serviu à
sociedade santanense. Era cedido para eventos de reuniões diversas, recepção à
autoridades, cantoria de viola... Sem nenhuma cobrança monetária. apenas para
servir. Como a frente ficou alta com acesso de degraus, o padre construiu na
parte inferior da varanda da frente, uma gruta dedicada a Nossa Senhora.
Possuía um gradeado e um recipiente para se colocar donativos, passando o braço
por entre as grades.
A frente do edifício com sua varanda oferecia
uma paisagem privilegiada de parte ampla do Comércio com praça principal,
cinema, começo e fim da Rua Barão do Rio Branco, que se iniciava ao seu lado e
se prolongava até o rio Ipanema. Uma
paisagem altamente atrativa para visitantes, embora Santana do Ipanema não
constasse no mapa turístico do estado, assim como nos dias atuais.
O zelador da Igreja, negro velho de cerca de
oitenta anos, originário do povoado Tapera do Jorge (Poço das Trincheiras)
denominado “Major”, guardava no salão as charolas após as procissões de Semana
Santa.
Preito de saudade a dona Antéa e ao padre
Luís Cirilo Silva.
AUTOR EM LANÇAMENTO NO RESTAURANTE SANTO
SUSHI
A TARDE É QUENTE Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3030 Os trovões passar...
A
TARDE É QUENTE
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de abril de
2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3030
Os trovões passaram hoje à tardinha por
Santana do Ipanema. Negócio invocado. Às
três e meia eu havia tirado uma foto do céu muito bonito: fundo azul e mancha
branca soberba, completando o desenho Divino. Acabara de sair do Posto de Saúde
São José, onde fora tomar vacina contra a Influenza. Mas ao chegar a casa, o
céu transmudou-se para desmentir a foto (abaixo). Formaram-se, então, nuvens de
chuvas escuras, mas não tão escuras assim. E eu, naquele velho costume
sertanejo de interpretar os céus: afirmei que ela não viria para a cidade e, se
viesse seria para trazer apenas um sereno. Sim, o tempo escureceu, o calor se
acentuou, o vento foi modesto e os trovões ensaiaram seus arroubos. Desliguei
tomadas, fiquei sem Internet, mas não passou disse, como eu previra.
Um sereno mesmo, apenas. A água foi despejar em lugar mais distante,
enquanto os trovões ameaçavam como quem dizia: “Não foi agora, mas logo
voltaremos”. E cadê a Internet querer retornar! Melhor mexer nos meus romances
inéditos do “Ciclo do Cangaço” e deixá-los no ponto de publicação quando chegar
a hora. E novamente fui consultar o calendário que nos mostra ainda no início
do outono. E de fato, pode começar o período chuvoso tradicional que para nós é
de outono/inverno. Assim a fotografia de estio não saiu por mentirosa. E agora,
minhas amigas e amigos, vamos vivendo
esses tempos esquisitos que começaram com a epidemia e não mais ousam retornar
ao que era. E para que aguardar a gripe que já matou milhões por esse mundo
velho de meu Deus!
Mostrei a marco do braço da vacina da infância
na época do Grupo Escolar Padre Francisco Correia. A mesmo vacina contra a
gripe espanhola que na época era aplicada com bico de pena de escrever arranhando
a pele, deixando a marca para contarmos a história cerca de setenta anos
depois. Continuamos, desde os tempos do grupo, acreditando na Ciência, na
inteligência humana e usufruindo da evolução científica. Uma vacina de pena de
escrever, de pistola, de agulha... E brevemente não invasiva. Mas a expiação na
terra não terminará tão cedo.
Só resta ver o tempo e acreditar.
ANTES DOS TROVÕES (FOTO: B. CHAGAS).
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.